domingo, 26 de agosto de 2007

Parte II - Se prepara, Mona, que a gente tá na pista!

Então... Como eu já disse, não gosto de dirigir. Na verdade, sou muito feliz andando de ônibus, escutando meu MP3 player e observando as minhas pessoas a minha volta. A felicidade é algo muito subjetivo, não é mesmo, Zuzu? Pois é. Mas ninguém é feliz 100% do tempo e chega uma hora que é tempo de mudar – e como eu já havia mudado de ônibus pra Kombi, pra metrô, pra táxi e pra cara de pau de pedir carona a todo mundo, vamos a cata de um carro.

Sou um ser pobre. Um horror. Não ia me aventurar a comprar algo tão caro se não soubesse se usaria ou não. E namorado me ajudou a descobrir se Enxaqueca se daria bem com algo com 4 rodas.

terça-feira - já colocaram os postes de borracha na rua, como eu pedi?

Foi nesse dia que marquei de ir a concessionária pegar o possante. Chego lá e a rua estava paz e sossego quando desci do ônibus.

Meia hora depois e muitos papéis assinados, lá vou eu saindo pela 1ª vez sozinha (porque as outras vezes não contam porque eu só roubei o carro e foram distâncias relativamente curtas).

E adivinha só! Um puta engarrafamento. Como assim, Bial!? De onde aparecendo esses ônibus e caminhões gigantes? Por que tantas pessoas resolveram sair de casa? Uns 15 minutos depois descobri o problema: Um caminhão gigante resolveu meter a cara na bunda de um Astra. Na pista do meio. Por acaso a pista na qual eu estava. Legal, muito legal. Eu, o ser que mal sabe sair do lugar e andar em linha reta, tenho que desviar pela direita (eu sou canhota e só treinei ultrapassar pela esquerda... pela direita é errado, cacete! Vc acha que eu ia supor que isso iria acontecer um dia!?).

Mas consegui.
Não, eu não encostei em nada nem em ninguém. Liguei a seta e fui, ué! O que vem atrás é que seja bonzinho e pare pra mim, ora bolas. Não ‘tá vendo a puta batida na nossa frente?

Hunf.
E segui linda e faceira pra minha academia.
Olha que leeendo! Tinha feira na rua onde eu pensava estacionar. Cool... me perdi um pouquinho, mas finalmente encontrei um lugar para estacionar... e de ré! Legal! To acabando de estacionar quando... me aparece uma ambulância e se mete na vaga. Isso. Assim. Eu olho pra trás e o motorista me encara. Não fala, não joga luz e não buzina. Absolutamente nada. Pára e ambulância e problema meu se estava me matando pra entrar lá! Pois é.

E lá vou eu procurar outro lugar. Depois que finalmente consegui estacionar, saí pra dar uma conferida se está tudo nos conformes... Se o carro está todo fechado, se está alinhado ao meio fio, se não havia o risco de passar um maluco e levar o retrovisor... Bem! Achei que estava tudo bem, tudo legal... Vem passando uma velhinha que me pareceu do bem e sorri pra mim, daquele jeito indagador. E eu explico que era a 1ª vez que estacionava sozinha. E a velhinha me manda um: “é, não está muito ruim não...” Alowww!! Vem cá, eu te conheço? Perguntei a sua opinião, velha caduca? Quase certo dela sequer saber pilotar o carrinho de feira e passar em cima do pé de todo mundo!

Não, eu não falei nada. Simplesmente fui pra academia. Mas apavorada. Vai que quando eu volto o carro não está mais lá!? Como é que eu vou explicar? Tudo bem que na rua havia alguns Pegeot’s, Audis e outros carros gigantes... E eu preocupada com o meu pretinho básico popular... A personal killer me disse que estou proibida de voltar à academia em carro.

De noite eu fui pro Universo Paralelo dar aula. Ao passar pelo pedágio o carinha me olhou com uma cara tão assustada que eu me olhei no espelho para ver se estava com o rosto sujo com alguma coisa... Que nada. Acho que eu estava era muito mais pálida do que de costume mesmo... Sem contar a minha cara de ninfeta de 15 anos... ho-ho-ho... acho que ele pensou que eu não era maior de idade...

Dentro do condomínio do meu aluno tem garagem. Eu consegui o impensável: colocar a faixa amarela no meio do carro. Pois é. Bem assim, bem no meio. Bem pensado e bem medido.

Ok. Isso foi só no primeiro dia, na primeira vez que parei. De resto, foi ok.

Depois da aula fui ao shopping. Há que aproveitar, não é mesmo? Ainda mais que há séculos eu queria ir a Kalunga... Mas não é que eu quase passo da entrada? Quando me dei conta quase dei um cavalinho de pau! Mas entrei! Acho que o vigia nem percebeu...

quarta-feira - "Vem, vem, pode vir... ver a merda que você fez aqui atrás!"

Prometi ao namorado que colocaria insulfim no carro. E fiz isso na quarta. Pois é. Mas havia esquecido que teria que voltar ao Paraíso Perdido e passar pelo pedágio novamente... Pois é. Imagina eu tendo que sair do carro pra pagar o pedágio. Imagino os demais pensando: “olha, nem sabe parar num pedágio”. Ainda bem que eu ligo o foda-se pra humanidade sempre...

Agora vem o mais legal: sair da Barra pra ir pra Botafogo. En la hora punta. Como rezei! E deu certo! =D Nem fiquei parada dentro do túnel da Lagoa-Barra... Só me perdi na Lagoa. E estava com uma puta vontade de fazer xixi. Pois é. Dirigir me dá uma vontade quase que incontrolável de fazer xixi. Não, não tente entender. É só pra você conhecer a informação, Zuzu...

Ao chegar ao colégio pedi para um dos seguranças estacionar para mim. Já havida tido muitas emoções para um dia só e não estava a fim de correr o risco de bater num daqueles carros – a média é de R$60.000,00. Tem noção disso?

Ao voltar para casa, dei carona para um aluno meu. E sim, ele sobreviveu a experiência!

=D

E eu também.

quinta-feira - aê, paiê! me dá dinheiro pra colocar gasosa no carro? (não, não colou... hunf!)

De manhã eu fui dar aula aqui num colégio perto e pensei que não precisava ir de carro (ainda mais que ia pra academia e a professora havia pedido que eu nunca mais voltasse de carro...). Pois é. Havia uma batida num ponto crucial da rua e cheguei com 10 minutos de atraso. Valeu, Murphy!

A noite eu fui pro colégio em carro e descobri uma coisa muito triste: a gasolina não entra sozinha no tanque de combustível. Pois é. Temos que pagar fortunas para que ela apareça lá. E eu tinha tantos postos para abastecer... Com bandeira, com bandeira! Quero fazer essa ressalva porque foi a única coisa que o namorado realmente pediu: que eu não abastecesse em postos sem bandeira.

Pois é.
Mas havia muitos pelo caminho... E eu decido abastecer num lá na Radial Oeste! E sim! Isso às 6:00 da noite, quando todos os veículos do RJ parecem estar fazendo aquele percurso... Pois é.

Quando parei no posto só pensei: “como é que eu vou sair daqui?”. Não, eu ainda não havia chegado ao ponto de sair na Radial Oeste e sim sair num espaço super apertado, entre o carro da frente e a mureta ao lado... A única coisa que a minha mente deveras otimista pensava era: “vou bater, vou bater”. Mas não bati! =D Coloquei o carro no ponto exato pra quanto o sinal (semáforo para quem prefere) abrisse eu saísse sem atrapalhar ninguém. E assim o fiz. Mas tinha um maluco na segunda fila de carros parados que sei lá, acho que não me viu, e queria sair a toda. Óbvio que teve que frear. Sou popular mas ainda sou um carro, ora bolas! Mas era um ser do mal e muito vingativo! Porque mais na frente quando liguei a seta para entrar para a direita, ele acelerou e me fechou! Como assim!? Pensei que filhadaputa de marca maior!

Gente... eu não sei se é instintito de todo mundo ou só meu instinto que ainda é meio lerdo e eu puxei o carro pra esquerda. Pois é. Só que ainda havia uma pista do meu lado esquerdo. Pois é. Aquela pista onde os carros vêm correndo muito... Pois é. Tinha um carro correndo muito do meu lado... E eu só escutei a freada. Nem deu tempo de pensar na merda que eu tinha feito, carambolas! Aí, entreguei pra deus e joguei tudo pra direita mesmo...

Só espero que o tiozinho da esquerda não tenha beijado a mureta.

=S

Eu saí ilesa, graças a deus! Ah, sim, o carro também. Só um pouco de abalo no lado emocional. No meu, não no do carro, Zuzu. Acompanha!

Chegar a Botafogo é algo muito complexo. Chegar ao colégio é algo muito complexo. São Clemente é uma rua onde só dá maluco estressado.

Ah, nem falei da minha mania...
Eu não ando nos cantos. Não gosto. Só na pista do meio. É que sinto o carro “caindo” pro lado... De acordo com o namorado eu não sou maluca não. O asfalto do RJ é torto mesmo. Pois é. Essas obras maravilhosas dos nossos governantes...

Pois então.
Cheguei ao colégio e não é que o segurança NÃO QUIS estacionar o meu carro!? Disse “vai lá e se vira”. Vem cá, pessoas que me conhecem: eu realmente pareço ser tão auto-suficiente assim? Pareço realmente saber tudo o que faço? Se a resposta afirmativa, deixe-me contar uma coisa para vocês: eu não sou auto-suficiente! Eu nem me sustento! Mal consigo comprar os meus sapatos! E na maior parte do tempo eu não tenho a menor idéia do que estou fazendo!

Depois que estacionei o segurança se materializou do meu lado.

“Nota 4” , disse.
“Como assim?!?”, me indignei, “estacionei de ré! E o carro ta retinho!!”
“E é esse o problema”, respondeu, “o carro ‘tá retinho, mas a vaga é em diagonal...”
“mas eu ‘tô dentro da faixa...”
“é? Se um ruim de roda coloca aqui do teu lado, vai pegar a sua lanterna”.

Hunf...
Mas como a lanterna não é minha, re-estacionei o carro deixando a distância de segurança para os ruins de roda....

Quando as aulas acabaram apareceram 3 gentis cavalheiros para pegar carona comigo. Pessoas corajosas, sabe?

O mesmo segurança parou o carro e nos disse:

“Gente, peraí que o padre ‘tá ali... Vou chamar ele pra dar a Extrema-Unção de vocês...”

Sem contar o meu coordenador que perguntou se eu ia embora naquela hora mesmo... quando eu disse que sim, ele disse que ia esperar um pouco porque não queria pegar o túnel comigo...

Fala sério.
Adoro esse apoio moral todo dos meus colegas...

Bem.
E lá estou eu na Radial Oeste de novo. Saio do lado direito e tenho que ir pro esquerdo, porque um dos meninos tinha que ficar lá. Momentos de muita tensão. E cara! Nada me deixa mais nervosa do que alguém me dizendo pra ficar calma. KCT! Que coisa irritante, Zuzu... Mas eles estavam sendo tão compreensivos e me ajudando tanto que eu não poderia dizer isso pra eles, não é mesmo? Mas consegui chegar no lado que queria... Deixei um dos meninos na estação do metrô do maracanã, acho eu. Pois é. Mas aí eu tive outro problema, que se apresentou da seguinte forma:

Eu estava no canto direito e tinha que voltar para canto esquerdo.
Pois é.

Entreguei pra Deus, meti a primeira e fui!!!!
Ainda bem que meu Deus é maior! =D ... só se esqueceu de me avisar a tempo que eu estava com o pisca-alerta ligado... Bem. Mas entre os males, o menor, não é mesmo?

Pra quem já correu a pé no meio dos carros da Radial Oeste pra pegar um ônibus (que não pegou e pensou que ia morrer quando o sinal abriu...) qualquer coisa feita dentro de um carro é pinto!

sexta-feira - alegria de pobre dura absurdamente pouco...

Mana queria comer crepe e me chamou para almoçar com ela lá no Botafogo Praia Shopping. Como eu tinha que resolver uns problemas por aqueles lados, fui. Aproveitaria para lavar o carro (porque o insulfim estava sujo e eu não queria estragar as minhas unhas perfeitas limpando. Faça-me o favor!)

Pois é.

Conhece o Botafogo Praia Shopping, Zuzu?
Ele tem sete andares.

Já entrou de carro no Batafogo Praia Shopping, Zuzu?
São curvas de 360º graus, Zuzu. Curvas completas. Curvas fechadas. Uma grande mola de pé. Hei! Já contei que não sou lá muito boa em curvas? Nem em ladeiras? Nem em lugares muito apertados? É, eu não sou... E de repente eu estava com as três características juntas e eu tendo que enfrentá-las... Foram os 5 minutos mais longos da minha vida. Aquela coisa que parece que nunca acabará. Um pesadelo de onde parecia que eu nunca sairia e a qualquer momento Freddy Kruger apareceria para me perseguir. E o lugar de lavar o carro ainda era no ÚLTIMO PISO!!! Porque tinha que ser lá!? Porque não no primeiro logo!? Valeu de novo, Murphy!


Ah, só um adendo... o que eu tinha que fazer em Botafogo era fora do shopping... e eu fui a pé, lógico. O sapato acabou com o meu pé! Ainda não sei muito bem o porquê, visto que dentro do shopping ele não estava doendo... mas quando eu voltei tive que correr na Di Santini pra comprar uma Havaiana... E subi de elevador! Porque não tinha condição de andar. Havia milhões de bolhas! Divertido, né? Dirigir com bolhas até nas solas dos pés....

Murphy já morreu, né?
Se não, eu o mato!

Ah.
E quem diz que “pra baixo todo santo ajuda” não sabe o que é descer de carro no Botafogo Praia Shopping...

E eu queria voltar pra Tijuca.
O que uma curva feita pro lado errado não faz, não é mesmo?
Eu queria pegar o túnel Sta. Bárbara... Mas não tenho a menor idéia de onde fui parar!!! Só sei que comecei a subir, subir, subir e subir... Só pensava “depois da próxima curva vou começar a descer e me acho”. Porra nenhuma! Aí, minha mente muito positiva começou a dizer que ia dar de cara com uma blitz falsa... Mas só tinha casarão na rua... Pois é. Por via das dúvidas – melhor, por não saber nem de longe onde iria parar – dei meia volta e desci de novo.

Na verdade, eu acho que estava indo pro Cosme Velho... Se continuasse subindo talvez fosse parar no Cristo Redentor, sei lá...

E não é que eu consegui fazer outra curva errada, Zuzu!?
Pois é!
E fui parar numa rua sem saída... Na qual eu tinha que manobrar pra sair... Se eu não sei fazer curva, sou péssima colocando em vagas, não funciono bem sob pressão, você acha que eu sei manobrar!? Ha-ha-ha! Fala sério! Que piada!

‘Tá. Confesso. Se não tiver ninguém me enchendo o saco, eu vou fazer e refazer e no final das contas eu vou conseguir... O problema é que me apareceu um carro querendo ir pro final da rua! Por que essas coisas só acontecendo comigo!?

O cara parou o carro e começou a fazer sinais para mim... Não, ele não levantou nenhum dedo num gesto obsceno. Estava tentando me ajudar. Bem, eu fiz a coisa mais digna que poderia fazer num caso desses... Baixei o vidro e disse: “eu não sei fazer”.

O que você faria, Zuzu? Sairia do carro e empurraria? Mas o impensável aconteceu: o cara, riu, saiu do carro e disse: “calma que eu te ajudo.” E ajudou mesmo! Que lindo! Me ajudou a fazer uma coisa ridícula que todo mundo deve saber fazer, menos eu que não tenho nenhuma coordenação motora! Acho que nem latente...

E voltei pra Tijuca... e na maior cara de pau levei o carro na concessionária... na verdade, queria saber o que era aqueles milhões de luzinhas que acendiam quando eu ligava o carro. Eu sei que muitas luzinhas acendem e que se apagam depois não tem problema... Mas eu sei lá! Nada mal levar pra ver se ‘tá tudo ok antes de entregar o carro do namorado, não é mesmo?

E não é que o vendedor estacionou pra mim lá na garagem deles? Olha, deixa eu fazer uma propaganda: O Marcelo (vendendor) é muito gente boa! Quem quiser comprar carro semi-novo ou usado, me manda um mail que eu passo os dados dele.. é na Tijuca e o cara dá uma atenção 10 pros clientes... Ele me ligou na terça-feira só pra saber se eu tinha chegado bem...

sexta-feira - a noite...

Pois é. Alegria de pobre dura pouco... E o carro devia ser entregue ao seu dono, não é mesmo? E eu fui buscar namorado lá na Rodoviária... e eu consegui me perder na Gamboa. Pois é. Namorado já estava no carro... e tudo de mais errado que eu fiz durante essa semana acho que fiz com ele dentro do carro... rsrs... até andar na contramão e ratear nas passagens de marcha! Ele me deixou nervosa, acho eu... Sem contar que durante a semana eu ligava pra ele pra contar cada uma dessas histórias que aconteceram comigo... E ele ficava meio, digamos, desesperado... Será que eu sempre começava assim: “putz! Fiz uma barbeiragem enoooooorme!!!”. A pergunta seguinte dele era sempre, sempre e sempre: “ai meu deus, bateu muito?” Eu, hein. Pois é. Mas a Cinderela aqui semana que vem volta a ser Borralheira... =/ ... Vou ter que voltar pras minhas kombis e afins... Se lembra que eu disse que eu era muito feliz andando de ônibus? E que a felicidade é algo muito subjutivo? Pois é. O problema é quando conhecemos outra felicidade e descobrimos que a segunda é melhor do que a primeira... aí, Zuzu, fudeu tudo...

Aê! Alguém quer me dar um carro? Ou depositar um dinheiro numa poupança minha? Acho que vou levantar a bandeira de uma campanha muito filantrópica:

Ajude a Enxaqueca
a ter um Ford Ka!

Você participaria, Zuzu????

=)

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