quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Eu mereço

Depois de uma noite deveras curta, lá fui eu dar aula pra meia dúzia de gatos pingados. É, porque pelo que tudo indica, os alunos decidiram que 1º de novembro voltou a ser feriado.
Enfim.
Depois da aula eu tinha que fazer algumas coisas pela redondeza.
Já vi que as coisas não iam ser muito boas quando quase atropelei um carro numa esquina: sim, o carro estava entrando e eu me joguei, tentando fazer uma ultrapassagem indevida. Me salvei a tempo e esperei o carro passar.

Ao cruzar a rua, me passa um ser vindo dos infernos e me manda um: "bom dia, meu amor..." Alowwww! Eu te conheço? Já te vi alguma vez na vida? E eu lá tenho cara de ser amor de alguém do proletariado do setor 1 da economia? Bem. Isso foi tudo mentalmente. Não gasto meu latim com isso.

Enfim.
E continuo a minha saga pelo subúrbio carioca. Fui ao banco, peguei o dinheiro, fui a farmácia e quando estava na metade do caminho me lembrei que não havia feito tudo o que devia no banco... E tive que voltar. Sinceramente. Pra quem não gosta de banco, me forço a passar tempo demais lá dentro. O interessante: o atendimento do BB. Acho que eles realmente já estão chamando os concursados. Afinal de contas, nunca vi a praça dos caixas rápido tão cheia de pessoas vestidas de pintinho amarelinho. Com direito a balcão e tudo. Com um computador com tela de LCD. E mulheres bem vestidas com cara de gerente também. E sorrindo e tratando todos os clientes muito bem! Acho que até tinham feito escova! E isso tudo antes de se entrar no banco propriamente dito.


Me senti tão importante e amada, Zuzu, com tantas pessoas me dando bom dia e perguntando como eu estava... ai ai ai...

Ao sair do banco, estou eu refazendo o meu caminho quando dois seres que distribuem papel do Instituto Embelleze estão por perto conversando.

Caraleos.
Eu e a minha eterna curiosidade.
Mas olha, Zuzu, um deles disse a seguinte frase:
- Sua mulher esteve na praça te procurando ontem.
E o outro respondeu:
- Mulher? Aquilo não é minha mulher, é um encosto!

Pois é.
Aí eu olhei
Kct. Ele chamou a mulher de encosto. E tinha uma voz esquisita. Digamos que tinha voz de encosto. Tipo, o sujo falando do mal lavado.

Aí foi que eu me dei conta que o infeliz estava falando alto pra chamar a minha atenção - porque quando eu olhei de soslaio ele já estava me olhando.

É sério.
Eu atraio ebós.
É um ímã.
Os seres mais estranhos vão querer se aproximar de mim.

E você pensa que acabou, Zuzu?
Claaaaaaaaaaro que não!

O cara quase colou em mim pra falar o resto da história!

- Eu tô me separando. Não dá não. Estou quase solteiro de novo. Já estou a procura de um novo amor pra colocar no lugar do antigo. Um amor novinho em folha. Amor novo é tudo de bom, né mesmo, morena?

Esse morena foi quase dentro do meu ouvido! Eu não mereço isso! Depois do proletariado, o setor informal também?

Quando é que um Roberto Justus vai querer um amor novo, hein?
E não se preocupe.
Eu já combinei com Namorado que quando isso ocorra, ele será meu amante e tudo bem. Na verdade, o nosso plano é que eu case com o Roberto Justus, ele com uma ricaça da moda e que depois consigamos fazer com que os dois se matem. Sei lá, simulemos um caso entre eles... uma briga. Aí somos dois milionários traídos que nos apoiaremos emocionalmente. Plano perfeito, não?

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