quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

... e pelo caminho deixei...

Porque a gente sempre pensa que no fundo, no fundo, somos imutáveis. Porque temos essa coisa de achar que tudo sempre será bom, que as pessoas que amamos sempre estarão ao nosso lado, que tudo, na verdade, será um final de novela - o que é ruim será afastado e tudo será felicidade.


Com isso acabamos deixando para amanhã coisinhas que não são pequenas, mas que acreditamos que são adiáveis... Afinal de contas, amanhã continuarão aqui, ora bolas, então por que o desespero?


Só nos damos conta que o tempo não é eterno, que o relógio não parou, que o trem já partiu quando é tarde demais. E vemos que o que não falamos, que o que não vivemos, que o que a preguiça manteve do outro lado da rua, não vai ser ouvido, não vai ser vivido e não está mais lá. E sim, eu acho muito ruim essa sensação...


Mas o mais interessante é que sempre deixamos escapulir momentos mágicos, pessoas mágicas, risos e alegrias porque temos essa sensação de que não é a última chance para isso e, entretanto, para o que não presta estamos sempre apostos.


Escuto, muitas vezes, pessoas que se consideram felizes, vitoriosas ou sei lá o quê dizerem coisas do tipo "me arrependo das coisas que fiz e não das que deixei de fazer". Interessante porque o bom mesmo é não se arrepender de nada, poder olhar para trás e dizer: "fiz o que tinha que ser feito e faria tudo igual novamente". Óbvio que isso não acontece 100% dos casos. Ficaria feliz se acontecesse comigo pelo menos 80% dos casos... Mas o aprendizado não vem de graça nem chega através de terceiros... O aprendizado é interior...


Ainda há muito o que se ver nesse mundo de meu deus... Ainda há muito o que se viver nesse mundo de meu deus... Mas há tanto dentro desse meu mundinho que eu não entendo, que eu deixo quieto, que eu olho mas não toco... Não por medo e sim por saber que ainda não é a hora. Interessante como eu tenho a capacidade de saber quando a temperatura está correta para ditas coisas...


Não sei o que é arrependimento de verdade. Tampouco digo que faria tudo igual, igualzinho. Sou perfeccionista, Zuzu... Acredito que sempre e sempre poderia mudar algo mais... Porém, deixei algumas coisas pelo caminho. Hoje não me fazem muita falta, mas ainda há um vazio. Mostra que talvez ficaram antes da hora. Mas eu não sei. Não posso afirmar nada. Não quero afirmar nada. Porque o importante, nesses casos, é o sentir e não o pensar.

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