sábado, 19 de maio de 2007

Dor de cabeça:

Alguém quer?
...
Tá vendo? É nessas horas que reconhecemos os amigos!

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Esse mal humor é algo que se instalou desde ontem de manhã. Juntou-se com a dor nas juntas por causa da academia, a necessidade absurda de comer comida mexicana e a porra dos carrapatos que eu tenho certeza que estão sendo colocados aqui em casa pelos meus inimigos de plantão pra tudo virar um inferno astral fora de época. E ontem nem foi dia de análise pra eu escutar da minha psicóloga que eu penso e analiso demais as coisas.

Enfim.

Entretanto realmente não há para manter a cordura depois de pegar um puta engarrafamento para chegar na Zona Sul. Caralho! De onde brotam tantos carros na sexta-feira? Me diz! Que porra de crise é essa que neguinho fica saindo de carro pra ir pra gandaia, tenho certeza... Porque se não fosse pra ir pra gandaia, a porra do engarrafamento não seria 1.000 vezes pior na sexta-feira...

Mas teve duas coisas que mesmo em meio ao tamanho mal humor me chamaram a atenção.

A primeira delas (e que até me fez rir): Um casal, com duas meninas de colo e um guri mais velho pegaram o ônibus lá perto do posto 2 da Barra da Tijuca. Ao que tudo me indica, nenhum deles era nativo da terra, mas o menino estava mais acostumado ao local. Lá pelo posto 6, a mulher olha pro guri e fala espantada:

- Olha, moreno... Não vi um carro de pobre ainda não! Só tem carrão, carro de bacana... Fusca não entra na Barra não?

Boa percepção.
E, realmente, fusca não entra na Barra não. Não um fusquinha 76. O new beatle tem a rodos. Acho que só os moradores da Barra compraram o que vieram pro Rio de Janeiro. Sem contar que um dos poucos Pegeout Cabriolè do Rio de Janeiro era de uma aluna minha. Uma graça o carro. Sim, sim. Coisas de universo paralelo.

A segunda coisa já não me fez rir tanto porque o mal humor já estava no auge. Estava eu presa na entrada do Zuzu Angel e pensando "caralho, vou virar estatística com uma bala perdida vinda da Rocinha", quando me entra um daqueles vendedores de bala. Porra. Eu estava com o MP3 player ligado, o que faria com que eu não escutasse os berros do homem "eu podia estar roubando, eu podia estar matando" mas o infeliz era um daqueles vendedores "moderninhos"... que entregam papéis para os passageiros acho que para criar mais intimidade (ou intimar mais) e provar que além de pobre, ele é um analfabeto funcional! Enfim. Eu não estava com a menor vontade de comprar bala ou qualquer coisa que fosse de camelô de ônibus, ainda mais depois da minha experiência com O Herseys (sei lá como é que escreve) adulterado. Quando o FDP se aproximou de mim, eu simplesmente fiz um movimento de negação com a cabeça. O que é que uma pessoa esperta entende com isso, Zuzu? Sim! Que eu NÃO QUERO RECEBER A PORRA DO PAPEL! Pois bem! O FDP além de analfabeto funcional, preguiçoso porque quer que as pessoas simplesmente leiam o papel para que ele não fique gritando, e burro pra caralho (porque não sabe o que significa um NÃO) simplesmente JOGOU a porra do papel fedorento, amassado e sujo em cima de mim! Sei lá de onde veio aquele papel! Ele deve ter 2.000.000 de germes! Dá pra pegar cólera só respirando perto dele! Que vontade de gritar e esmurrar o homem! Mas me contive simplesmente peguei a porra do papel e fiquei olhando pela janela... Enquanto ele ia contar a história triste dele lá na frente. E devia ser triste mesmo... porque um monte de gente comprou bala adulterada com ele.

Porém, como eu sou curiosa pra caralho, não pude deixar de ler o papel. Aí é que vem o curioso. O texto era mais ou menos assim:

"Caro pasajero, o rapa levou toda a minha mercadoria, o meu isopo e mais 300 reaus que eu ganhei. To doente e precisso desse dinheiro para sustentar a minha família."


Tá, eu sei. Tirando esses erros de português tão berrantes que mostram que o programa de incentivo do governo para que as pessoas estudem foi um fracasso, nada demais... PORÉM ao lado de mensagem tão interessante... havia... o desenho de uma MÚMIA! Isso. Na verdade, foi por isso que eu li o papel... Porque vi uma MÚMIA desenhada lá.... Embaixo da múmia estava escrito: Homem Aranha 3 nos cinemas.

É isso. Não era uma múmia! Era o Homem Aranha! O baleiro do ônibus estava fazendo propaganda para que vissémos Homem Aranha no cinema!

O cara é analfabeto funcional, entretanto não é burro! Puta golpe de marketing. Primeiro, porque a múmia te chama a atenção para ler o papel e segundo porque ele está te dizendo pra ir para o cinema e não para comprar um DVD pirata no camelô amigo dele... Logo... ele é contra a pirataria e um homem de bem. E a conclusão dos fatos é que tudo isso unido a história triste dele e ao engarrafamento homérico fizeram que quase o ônibus inteiro comprasse as balas adulteradas e o amendoim falsificado. Quase o ônibus inteiro porque a mal humorada aqui não comprou. Mas teve vontade de dar os parabéns pela a inteligência dele.

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