segunda-feira, 21 de julho de 2008

Acostumar-se

Já escutou falar que a gente se acostuma a tudo nessa vida?
Pois é.
Acho que é o caso da mulher desse cara do post anterior. A idéia de estar casada com alguém faz com que ela aguente tudo vindo dele - até as porradas. Porque estavam os dois lá na janela. Ele mandando beijos pros passarinhos (literalmente) e ela acompanhando como se fosse a coisa mais normal do mundo um cara de 40 anos que não trabalha e é sustentado sei lá por quem. Ao que tudo indica, ela se acostumou a essa vida - a ficar a sombra de alguém que não lhe dá atenção mas que dá a falsa sensação de "pertencer a alguém". Não sou feliz, mas tenho marido. Sabe como é, né mesmo, Zuzu? Pessoas que querem simplesmente bater no peito e dizer que são namorada/noiva/esposa dos seres mais grotescos que possam existir.

Ou, sei lá, pode ser amor mesmo. O caso é que o ser em questão não se cuida, se largou, não tem uma peça de roupa que combine com outra (sério, usa aqueles shorts de lycra e aqueles chinelos plataforma pra sair. Não, ela não tem corpo pra usar nada de lycra. Absolutamente nada), não pinta cabelo, não faz as unhas nem as sombrancelhas (eu não sei escrever essa palavra. Se estiver errada, pode avisar!). Mas ela tem marido. Que bate e grita. Que não trabalha. Mas ela pode dizer na esquina, enchendo bem os pulmões e articulando cada sílaba "o meu marido". Porque ela se acostumou. Porque há essa tendência a se acostumar a tudo nessa vida. Porque ela não deve suportar-se só - porque se estiver só é porque ninguém a ama... Porque ela não se ama. Então, ela se acostuma. Se acostuma a mentir, a fingir e a achar que tudo vai indo muito bem. Se anula. Mas tem marido, ora bolas! E eu sou a vizinha invejosa que tenho que trabalhar para comprar sapatos e me acabar na rua Teresa...

Nenhum comentário:

Postar um comentário