sábado, 22 de novembro de 2008

30 coisas que eu tenho que compartilhar

...ou Catarse pelo Retorno de Saturno...


1 – Eu dividia o quarto com a minha irmã. Até um dia que eu não agüentei mais a falta de educação das pessoas que freqüentavam a casa (entenda-se, a família), visto que entravam no quarto sem bater na porta, acendiam a luz na sua cara se você tivesse dormindo e outras coisas de pessoas altamente civilizadas. Junto a isso, havia o caso da minha irmã está naquela fase pré-aborrecente e ter uns horários muito diferentes do meu. Então, numa noite, eu me emputeci e fui pra Torre, onde moro hoje. Me lembro que passei muito tempo dormindo num colchão, no chão. E só. Obviamente eu não me arrependo. Não mesmo. Passo dias sem ter ninguém me enchendo o saco.

2 – É, é isso mesmo. Eu trabalhei no Rock in Rio. Eu tinha idade para trabalhar no último Rock in Rio. E isso já faz quase 10 anos.

3 – Não gosto de conversar com estranhos. Não suporto aquela coisa de pessoas que, do nada, puxam assunto comigo.

4 – Não gosto de baladas. Só se for para ficar rindo dos carinhas que querem pegar todas e das periguetes que se sentem. Isso me diverte imensamente.

5 – Acho que família é bom em foto. E minha família já sabe que penso assim.

6 – Eu nunca quis casar. Simplesmente não quero. Acho uma perda de capital essa coisa de casar na igreja, fazer festa, convidar o primo do tio da madrinha que você não vê há séculos pra cerimônia... e ainda correr o risco de que eles vão sair falando mal. Correr o risco não! Com certeza alguém vai sair falando mal... Mas, além disso, essa coisa de “na saúde e na doença” nunca foi a minha praia não. Brincar de casinha é legal... mas não 24h por dia, 7 dias por semana...

7 – Fiz análise por quase um ano. Mas descobri que o meu problema na verdade são dois: eu me conheço bem demais e não gosto de conversar sobre coisas profundas e sérias que se relacionem com a minha pessoa. Desisti da análise.

8 – Enjôo absurdamente rápido das coisas. Acho que é por isso que não tenho vícios e tampouco hobbies.

9 – Prefiro ter cachorros a filhos. Desculpe quem defende o “instinto maternal”. Mas Deus me entende e é isso que me deixa feliz. Ele sabe que eu entraria em profunda depressão se tivesse que deixar de comprar sapatos para ter que comprar fraldas. Não mesmo.

10 – Ah, sim. Eu gosto de crianças. Elas lá e eu cá. Convívio na menor escala possível. Porque elas são fofas... até começarem a chorar ou fazer aquela coisa fedorenta nas fraldas.

11 – Minha primeira opção era Psicologia. Passei para a UFF. Mas não fui. Porque detesto Niterói e o Campus de Psicologia era no meio do mato. Literalmente. Não rolava.

12 – Até os 18 anos eu não andava sozinha na rua. Praticamente não andava de ônibus. E obedecia a pai e mãe. Aí, eu passei pra UERJ, fui estudar a noite... E, voilà, nasci.

13 – Fiz Vestibular no Oba-Oba e passei, de cara, pra duas públicas. A escolha de Letras (Espanhol) se deu pela paixão pela língua. E porque foi na época do Boom do Mercosul e eu devo ter achado que realmente ficaria multi-milionária se soubesse falar essa língua. Pois é. Eu era muito tapada antes dos 18.

14 – Conheci a Internet por assim dizer na UERJ. Passava as tarde dos 3o período nas salas de bate-papo do UOL. Eu e Laina Carla. Éramos felizes e não sabíamos... Mentira aquele papo de que “o trabalho enobrece o homem”.

15 – Tirei carteira de motorista aos 18 anos, mas sempre detestei dirigir. Dizia que só dirigiria quando tivesse um carro só meu e que não tivesse que dividir com mais ninguém. Assim o fiz.

16 – Eu sempre amei Petrópolis. Desde pequena. Me lembro de pedir a meu pai para que fôssemos almoçar lá aos domingos. Obviamente, isso aconteceu muito poucas vezes. Quando eu tirei carteira, aos 18, minha tia dizia que eu tinha que subir a serra pra aprender fazer curva. Acho que ela previa o futuro... Porque 10 anos depois foi onde vim aprender a fazer curvas.


17 – Eu fui num show da Britney Spears. Foi no Rock in Rio, mas eu fui. E fiquei lá na turma do gogó. Isso, depois de ter trabalhado o dia inteiro no Rock in Rio.

18 – Minha relação com Deus é algo muito particular. Minha mãe tentou me forçar a fazer Crisma – Isso é bem minha mãe. Ela sempre achou que, por ser mãe, poderia forçar a mim e a minha irmã a fazermos o que ela quisesse. Que decepção somos... Mas, então, eu não fiz Crisma. E nem por isso me sinto mais longe de Deus. E tampouco sigo rituais de alguma religião. E sei que Deus não me abandona por isso. Por vezes acho que ele tira um sarro com a minha cara... mas é aquela coisa de amigo, sabe?

19 – Por vezes grito enquanto estou dirigindo. É para me livrar do estresse. Ou pra me manter acordada quando estou com muito sono.

20 – Não lembro da minha infância. Não tenho aquelas lembras de “durante as férias íamos...” “nos finais de semana ficávamos...”. Sei lá, acho que foi tudo muito chato. Acho que desde pequena tudo sempre me pareceu muito monótono, como se não fosse realmente minha vida. Tirando quando fui pra Europa. Disso me lembro muito bem. Sobretudo quando meu pai disse que teríamos que voltar. Acho que foi a primeira vez que entrei em depressão.

21 – Sofro de enxaqueca. Foderosas. Sem aparente explicação, a não ser o estresse. E eu já fui a médicos. A vários deles. E é isso mesmo. E ponto final, não me encham mais porque eu vou continuar tomando neosaldina como se fossem M&M’s.

22 – Sou viciada em Coca Cola Light. Já fui mais, bem mais. Mas nunca serei menos. Então, acostume-se.

23 – Sinto saudades de coisas que não vivi. E, como tenho imaginação fértil, sempre fico fazendo considerações de como seria legal se eu pudesse ir ao passado como o carinha do De Volta para o Futuro.

24 – Sou absurdamente estressada. Me estresso por tudo. Grito e falo palavrão. E foda-se quem não goste. O que não pode é eu enfartar por engolir sapos.

25 – Eu sempre achei que aos 25 anos já seria bem de vida e morando em lugar bem diferente de onde estou. Na verdade, eu achava que publicaria os meus livros e ganharia a vida como escritora. Acho que nunca tinha me dado conta que eu moro no Brasil, esse lugar que não dá valor a quem tem cérebro e não bunda. Tá vendo? Eu devia achar que ainda morava na Europa... Não sei em que momento as luzes se acenderam...

26 – Sou compulsiva, sobretudo por sapatos. Já tive crises de comprar 7 pares de uma vez só.

27 – Não tenho paciência com burrice. Não agüento ler erros de português. Também não acredito que qualquer um pode fazer uma faculdade. Não aceito Bolsa-Família, Bolsa-Escola ou qualquer outra bolsa pra dar dinheiro para pobres. Também não engulo essa história de Cotas. Tudo isso é tapar o sol com a peneira. Como é que alguém que fala “pra mim fazer” e “a gente podemos” pode entrar numa faculdade? E o que alguém de 60 anos vai fazer numa faculdade?

28 – Já odiei muita gente nesse mundo de meu Deus. Já invejei umas outras tantas. Já quis matar algumas. Hoje em dia descobri que nada disso vale a pena e o mundo dá muitas voltas... Deixa estar que todo mundo tem o que merece. E vivo muito bem pensando assim.

29 – Hoje completo 30 anos. Tem noção disso? Me lembro da minha prima dizendo, no meu aniversário de 15 anos, que “depois dos 15 o tempo voa...”. Cara, eu juro que ela disse isso ONTEM, literalmente ONTEM. E como assim hoje acordo com 30?

30 – Então, eu tenho 30 anos. Com carinha de 21. E, por vezes, comportamento de 14. Mas nem ligo. Porque é isso que sou. E aprendi que não tenho que mudar por ninguém se isso não for realmente a minha vontade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário