terça-feira, 12 de abril de 2011

Mas... oi?

Fala tu, Zuzu, que eu tô cansada... 

Eu tô aí, na luta, sobrevivendo a Murphy e afins. Então tá, né.

E daí que ontem, quase às 22:00h, me entra uma mulher na minha sala de aula me dizendo que estava fazendo um cadastro dos professores para dar "um brinde para nós". Mas é o quê? Brinde? Numa noite de 2ª feira, no meio da minha chamada?

Daí que ela começou a vomitar um monte de informações e eu só queria mandá-la calar a boca e poder fugir pra minha cama e dormir.

Mas nem... Ela conseguiu pegar os meus dados, sem parar de falar, até que eu praticamente gritei:

- Pára de falar e me explica o que é isso?

Então... Ela voltou atrás e explicou que... Era um cartão de crédito consignado ao meu salário do Estado. Hahaha... Nem fudendoooo alguém coloca a mão no meu salário antes de mim.

Mas daí que a mulher trabalha com vendas... Em Petrópolis, para funcionários do Estado. Tadinha, fiquei com pena. E liberei as 2 matrículas para bater lá a meta dela e ela poder ir "estudar geografia com o meu filho". Sei. E o moleque vai estar acordado às 10h da noite pra estudar seja-lá-o-que-for.

E daí eu fiquei pensando que da mesma maneira que a maluca entrou, qualquer um pode entrar. Era só nisso que eu pensava. Você tem um crachá, fala rápido e tchum. Você está dentro de um colégio público. Que lindo, né?

E então, depois do episódio da semana passada, a gente começa a repensar a realidade e vê que, sei lá, essa coisa de inserção na sociedade de pessoas um tanto quanto desequilibradas é um tanto complicado. Porque o povo pensa que é só isso, né? Coloca lá na sala, manda interagir e deixa pra lá. O professor que se vire, o colégio que acolha. 

É muita coisa errada que a gente vê por aí. 

Eu sou bem sincera ao dizer que não tenho a menor paciência com alunos especiais. Desculpa, eu não me preparei para isso.Desculpa, não é o meu perfil. Obviamente, eu não vou tratá-los mal e tampouco não tirar as dúvidas que eles venham a ter e me perguntar. Mas sou bem realista . Há limites e ponto. Só que, ao que tudo indica, os "especialistas" preferem não ver isso e agir como se estivesse tudo bem. Até que um maluco lembra de todo mal que sofreu, volta na escola e mostra que há falhas, muitas falhas no sistema.

Pois é.
Mas aí, né, o mal já foi feito e o problema é tratado como "um caso isolado".

Então tá.
Quem sou eu para discordar?


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