sexta-feira, 13 de maio de 2011

Da perfeição

Nota Inicial (mais interna do que para terceiros): Esse post não era para este blog. Mas acho que como sou todas, sou múltiplas, é de proveito mesclar-me por vezes.

Sempre pensamos que somos perfeitos. Sempre pensamos que fizemos o melhor que podíamos, que nos entregamos por inteiro e que só agimos para fazer o bem.

É porque somos uma raça fadada ao auto-engano. E como o pratico, meu Deus. Por quantas vezes me digo frases como "é só dessa vez", "essa é a última vez", "nunca mais faço isso de novo", "e só mais 5 minutinhos"? Auto-engano, puro e simples. Porque sei que nunca é apenas uma vez, tampouco vai ser a última vez, tenho certeza de que antes que o galo cante pela 3ª vez estou caindo no mesmo erro e meus 5 minutinhos se transformam em 1 hora numa facilidade impressionante.

Esta sou eu. 
Por mais que queira ser perfeita, por mais que queira fazer as coisas no prazo, por mais que me convença que preciso ser organizada com tudo (de papéis a vida financeira), enquanto não deixar de ser uma ordem que me parece vir de terceiros e não deite raízes aqui dentro, continuarei sendo errada, por mais que me mime e diga que não, por mais que eu tente convencer a todos que o problema não sou eu, que sou a vítima da situação.

Não sou vítima. Posso ser produto, porque sempre somos produtos de várias coisas, porém, não posso usar isso como desculpa - erro que sempre repito.

Por que resolvi pensar nisso tudo, Cara Pálida?

Porque eu cansei de me fazer de vítima até para mim mesma. Meu Lado B não suporta mais o Lado A (por isso o B está aqui no A) e quer dar um basta nisso. Cansei de criar desculpas para frustrações - quando tais frustrações sequer deveriam existir, pois a vida vai muito bem obrigada. Mas não, eu busco alguma coisa, eu sempre quero reclamar de alguma coisa... Parece-me que não quero me dar o direito de ser feliz, de curtir o meu momento. Eu sempre, sempre e sempre me saboto. Quando algo está maravilhosamente bem, eu dou um jeito de estragar alguma coisa. E é isso que não quero mais, é disso que me cansei.

E daí que estou desde ontem me repetindo "Faz o seu e larga mão dos demais". E parece fácil. Todo mundo acha que é fácil. Eu acho que é fácil. Pois bem. Fácil é se fazer de vítima. Se fazer de superior, de pessoa blasé que não se importa, que não inveja, que não quer todos os louros e todas as glórias para si é que absurdamente difícil.

Eu ainda não estou com a crise de achar que não presto ou algo assim. Só ainda não consegui subliminar e parar de pensar "por que não eu?". OK. Lado A não consegue. Lado B me repete toda hora "agora não foi você, mas já foi você tantas vezes...". Pois bem. Eu no meu papel de vítima, que adora fazer mimimi pelo cantos não quero encarar como sendo assim. Quero dizer que o mundo é injusto, que era eu quem deveria se dar bem sempre e sempre.

Mas agora que escrevi, agora que virou história, agora que transcendeu a minha pessoa e de certa forma é público, começa a ser mais fácil. Porque, de certa forma, saiu de mim.

Então, depois que eu clicar lá embaixo no publicar postagem, depois que eu deixar o lado obscuro sob os holofotes, quando eu virar a personagem desse mundo que nem meu é de verdade, terei deixado partir, terei entendido o que deve ser feito, saberei que há ainda muita estrada pra percorrer, muitas curvas para dar e pronto, esse passo já foi.

E me sentirei perfeita, mais uma vez.

=)

3 comentários:

  1. Me vejo mto nesse post, mas não sei ando não conseguindo não me identificar com nada nessa vida, consigo perceber nuances minahs em absolutamente dt e tds, deve ser pq eu tomeio doida...a bad te idenfica com td e te segrega do mundo, enfim.
    =***

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