sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Amanhã eu faço.

Por vezes (quase sempre) tenho certeza que essa é a frase que me define. E o Retorno de Saturno foi muito light, ao que tudo indica, e essa minha imperfeição persiste e persiste.

Nesse exato momento estou teclando com luvas cirúrgicas. Não, eu não matei ninguém (ainda) hoje. É só porque bateu um espírito por aqui e resolvi tentar organizar meus livros. TENTAR, esse é o verbo. Porque é uma tarefa árdua, quase que impossível. Bem, tratando-se da minha pessoa como a arrumadora, posso dizer que é impossível - porque eu fugi de lá e tô aqui, teclando com as luvas que estava usando para o trabalho (pois é... eu sofro de TDA, eu sei disso).

Mas o que me fez parar para pensar na loucura que sou eu é que encontrei provas - sim, provas feitas - de um curso que trabalhei em 2001. Isso, isso mesmo, eu não digitei errado. 2001. Elas estavam lá, guardadas, juntando poeira e alimentando traças, simplesmente porque eu tenho essa mania irritante de deixar tudo pra amanhã, pra depois, pra sei lá quando.

Eu poderia dizer que eu não melhorei nada nesses 11 anos. Seria exagero e injusto comigo. Porém sei e assumo que estou muito longe de ser a pessoa organizada que o mundo pensa que sou. Muito longe mesmo. Na verdade, se eu não fosse tão despretensiosa em jogar as coisas fora e doá-las sem maiores problemas, entraria muito fácil no grupo de acumuladores. Mas não, eu sou só preguiçosa mesmo e sofro de síndrome de Scarlett O'Hara de "E o Vento Levou" e sempre digo "Não quero pensar agora, penso amanhã."

Só que amanhã é algo muito abstrato e acho que chegou o momento no qual eu não quero mais passar tanto  tempo no mundo abstrato. 

E então, por causa disso, estou ali, morrendo no calor das telhas de amianto que espertamente cobre o pátio da Torre, tentando organizar a vida dos últimos 11 anos.

Bem, antes tarde do que nunca, não é o que dizem também por aí?

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