Eu descobri que sou invejosa. E não é aquela inveja sadia, sabe? Que tem gente que diz que é inveja branca, ou sei lá o quê (tipo magia branca, se é que magia tem cor, mas enfim...).
Sinto uma inveja tremenda daquelas pessoas que não estão nem aí pra hora do Brasil, que ligam o foda-se a toda potência e caem no mundo sem lenço e sem documento, que conseguem relaxar, se divertir e não ter peso na consciência quando não têm dinheiro pras compras do mês e sequer sabem onde conseguirão um emprego que os provenha de um salário mínimo.
E acho que também sinto inveja daqueles que não se importam com o que os outros pensam de seus atos, pensamentos, palavras e ações. Deve ser uma liberdade inigualável se livrar de toda culpa que possa surgir advinda de julgamentos – porque até os falsos julgamentos me agridem. Queria essa capacidade também.
Absurdamente eu devo ter inveja latente até pelos suicidas. Não pelo o fato deles terem morrido, mas por eles terem a coragem de ir lá e fazer o que todos dizem que é errado. A inveja se dirige a tal coragem, a tal desligamento dos padrões, a poder fazer o que bem quiser com a sua vida – no sentido mais literal da palavra.
E é isso.
Se o primeiro passo para mudar um defeito é assumi-lo, estou aqui dando o primeiro passo.
Não que eu queira mudá-lo, caro leitor... Porque acho que o que não me atrapalha o caminho, pode continuar na estrada...
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