terça-feira, 21 de outubro de 2008

Todo mundo tem uma teoria

Sobre tudo relacionado a vida de outras pessoas.
"Fulana não tinha que perdoar o marido"
"Sicrano é um idiota por deixar o chefe fazer o que quer com ele"
"É lógico que Beltrano engana a família"
"Ela tá gorda porque quer. Assim nunca vai casar"
"Ele é chifrudo há séculos, todo mundo sabe"
E por aí vai. Uma ladainha sem fim, uma coisa de olhar pro rabo alheio absurda. Cara, se quer falar mal da vida alheia, FAÇA um blog, mude os nomes e mande ver! E, óbvio, não deixe pessoas do seu mundo real terem acesso... rsrs...

Brincadeiras à parte, todo mundo tem uma solução para a vida de todo mundo, isso é fato. E sim, em algum momento já falamos (mal) de alguma pessoa. Faz parte da raça humana. Assim como a inveja, o ódio, o desprezo - sejamos realistas e encaremos os nossos defeitos. É só assim que eles podem ser superados.

O problema reside, realmente, quando a vida se resume a isso - a olhar para os demais e falar dos problemas deles. E dar soluções. Porque somente o que pensamos é o certo, só o nosso caminho é o "do Bem". E vemos coisas absurdas como "ela é muito sem-vergonha por ficar com ele", "ele é gordo porque que quer", "ela não consegue emprego porque não quer". Ok. Pode ser que algumas das nossas observações sejam plausíveis... Entretanto, quem foi que pediu nossa opinião? Porque tem gente que pensa que tem o direito de meter o dedo na cara do outro pra dizer o que é certo e o que é errado?

Sou partidária de tirar de perto de mim o que não me agrada. Ok. Falo mal? Falo. E pronto. Falei, acabou. Eu não fico repetindo de 5 em 5 minutos e contando as mesmas coisas para pessoas diferentes, fazendo com que o mundo saiba o que eu penso - ainda mais porque aí mora um perigo: quem conta um conto, aumenta um ponto. E, talvez, um comentário que no início era algo, realmente, inofensivo, pode se transformar numa ameaça de morte. E assim se cria uma rede de fofocas absurdamente gigante e cancerígena - porque tira todas as nossas forças, acaba com o bom-humor de qualquer cristão.

No mundo real, no que me cerca, eu gosto de não comentar, de não falar mal, de não aumentar intriga. Deixa como está. Eu não vou xingar Manuelzinho na frente do Joãozinho, porque a Mariazinha com certeza vai escutar e vai fazer intrigas. E ainda é capaz de falar pro Sebastião que eu falei mal dele. E pra Maria Pamonha também! Afinal de contas, se eu falo mal do Manuelzinho, porque não falaria do Sebastião e da Maria Pamonha?

Mas quer saber o mais incrível, Zuzu? Que mesmo eu sendo alguém que tento demonstrar simpatia com todo mundo, não ficar no leva-e-traz, ficar quietinha na minha torre... Tem infeliz que vem atrás de mim pra falarem que o Manuelzinho falou mal de mim pra Mariazinha, aí o Joãozinho escutou e veio falar com a pessoa em questão? Pois é. Não adianta. Não estamos imunes. Mas tenho uma técnica infalível: a pessoa me chega com a informação e eu a coloco na frente do Manuelzinho. E pronto, que caiam às máscaras, que se arme o circo.


E eu assisto da platéia!

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