Num guento (2)

Sei que não reclamo muito por aqui da minha profissão, porque por mais que me estresse e tenha dias que eu me descabelo por causa da pressão, eu gosto do que faço. A carreira é menosprezada, ganhamos pouco, não somos reconhecidos, mas até que nos divertimos. Se soubermos levar, não caímos na mesmice, conseguimos rir, não temos uma rotina pré-definida e assim por diante.

Mas olha, tem uma coisa que me estressa ao extremo - e que ninguém nunca me explicou muito bem como funcionava:

Preencher diários.

Putaquepareoooooooooo que coisa mais chataaaaaaaa.

Detesto fazer aquelas bolinhas, simplesmente d-e-t-e-s-t-o.

Daí que você vai dizer: ô escrota, tanta gente com problemas de verdade e estresses sérios no trabalho e você reclamando de fazer bolinhas?

Pois é. Cada um é para o que nasce e eu me pego nos detalhes mesmo. Sem contar que chega uma hora e a mão começa a tremer, as bolinhas a embaralharem e tudo vira um caos e eu só tenho vontade de fugir.

Deixa eu te contar quantas turmas tenho, Zuzu:

São 41 turmas com média de 35 alunos por grupo. Sentiu a quantidade de bolinhas tenho que fazer por ano?

Não, eu não quero fazer o cálculo. Não mesmo. Não vou ficar nem um pouco feliz.

Mas acho que o que mais me irrita é que, lá no fundo, eu considero esse trabalho um tanto quanto desnecessário. 

Gente, Diários de Classe são coisas do Século passado. Quem deveria controlar quem está dentro e quem está fora do colégio não é o professor. 

Já trabalhei em colégios que os Diários haviam sido abolidos e todos eram muito felizes assim. Porque não dá pra a gente ficar em sala controlando alunos ensandecidos e ainda fazem bolinhas durante uma chamada.

O post não tem muita a coisa a ver e quem não é professor nunca vai entender realmente como é um porre preencher diários, mas eu tinha que compartilhar com alguém, colocar para fora. 

E lá vou eu, continuar meu trabalho de fazer bolinhas... ¬¬

Mas tá acabando, tá acabando!!!

Espero, pelo menos.