segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Narcisismo

A ideia do post, Zuzu, veio depois de ver um trechinho desse vídeo no Faustão. Tipo, o que é bom senso, o que não é bom senso. Mesmo que tenha horrorizado a alguns, chamando a menina de "Gorda Sem Noção", eu achei bastante válido visto que (1) ela dança bem; (2) ela se preparou para estar ali; (3) ela foi lá e ganhou um puta dinheiro. 



Ok. Você pode não concordar. Seu direito. E pode dizer também que o texto a seguir contradiz o que digo até aqui. Pode até ser. Mas não estou com muita paciência de explicar cada ponto e vírgula. Compreenda que acredito numa coisa: Cada cabeça, uma sentença. 

Daí que tem gente que pensa que se amar é perder a bom senso. É aquela coisa do "sou gorda, mas sou feliz, então posso usar fio-dental". Ou então "sou gorda, mas todo mundo me quer, por isso uso mini-saia e sapato meia-pata".

Pois então, não é assim que a banda toca pra mim. 

Por diversos motivos: 

1) Acho fio-dental em público uma aberração, uma coisa totalmente contra ao respeito a mulher. Não é porque é uma gorda usando. Pode ser a Gisele B., pode ser a Camila Pitanga. Fio-dental me agride profundamente. 

2) Se amar é algo que não precisa agredir aos demais. Você não precisa gritar "eu me amo e não posso viver sem mim" e completar com algo do gênero "Vocês tem é invejaaaa de mim". Isso não é amor-próprio. Isso é baixa auto-estima. A pessoa repete e repete para acreditar, mais do que para fazer os outros acreditarem.

3) Mini-saia é outra coisa que não acho válido em público. Acho absurdamente cafona e de péssimo gosto. Quero dizer... Mini-saia até combina com praia. E só. Não acho digno alguém mostrando o útero enquanto dança.

Mas tudo bem. 
Não entro em discussão com aqueles que me vem com o discurso "o que é bonito é para ser mostrado", porque não quero entrar numa discussão ainda mais cabeluda do que é o conceito de beleza e noutra sobre situações e locais nos quais devemos usar certas coisas ou não.

O caso é que eu vejo muita gente por aí é perdendo o bom senso. Seja magra, seja gorda, seja feia ou bonita. O que falta no mercado é o bom senso. 

Que você se ame: Aplausos!
Que você seja feliz com a vida que tem: Aplausos! 
Que você se considere a pessoa mais feliz do mundo: Aplausos!

Agora, não me venha enfiar por goela abaixo o seu discurso, aquela coisa do "como é bom ser você" e "como eu deveria te amar tanto quanto você se ama e que, se eu não sou como você, é impossível que eu seja feliz".

Felicidade é algo super valorizado e mal interpretado hoje em dia. Fui acusada por uma anônima de não ser feliz. Pois é. Não, eu não sou feliz, graças a Deus. Porque a felicidade nos emburrece. A felicidade nos coloca numa redoma de vidro e nos tapa os olhos, nos fazendo acreditar que somente nós sabemos viver, que somente nós - com o que temos, com o que somos e da forma que vivemos - estamos certos.

E daí começa todo aquela ladainha, do "eu me amo, olha como sou gostosa, olha como a minha vida é perfeita". E completa com "Tenho um namorado liiiindooo e fieeeellll" ou então com "minha vidaaaaa é tudo o que eu sempre quissss". (Pois é. É que quando eu escuto, é assim mesmo, com essa mania irritante de esticar algumas vogais naquela vozinha irritante de patricia antipática)

Sabe aqueles bíblias malditos que, se você não está com eles, está no inferno? Então. É o mesmo naipe.

Não, graças a Deus eu não sofro de Felicidade Crônica. 
E, graças a Deus, eu não me amo ao ponto de emburrecer e perder o bom senso, achando que sou a gostosinha do bairro porque emagreci e não preciso começar cada frase minha com "ai, meu deus, como eu sou linda". 

E isso faz com que eu seja menos bonita?
Faz com que eu chame menos atenção quando passe?
Faz com que as OUTRAS pessoas digam que minha pele, meu cabelo, meu estilo, são maravilhosos?

Óbvio que não.
Da mesma forma que sou odiada por alguns, sou muito elogiada por outros e é isso que faz com que a vida nos seja interessante.

E sim, sou narcisista. Amo quem sou, amo ser como sou.

Porém, também sou muito realista. Sei que poderia ser muito melhor, sei que tenho muitos defeitinhos irritantes que devem ser eliminados.

Mas não deixo de ter meus momentos felizes e não deixo de pensar que minha pele, meu cabelo e meu guarda-roupa é bem melhor do que de certas inimigas minhas.

=) 

Tudo depende de como você se vende, Zuzu. Tudo depende de como você encara a sua realidade. 

Ah, sim, e antes que você pense que o que eu escrevo aqui eu saio falando por aí... Ai, óbvio que não. Meu blog é meu diarinho. E quem lê concorda ou não. E acho que os que não concordam por vezes preferem não comentar - o que respeito, porque faço muito isso também. 

Na vida real, no cara a cara, guardo algumas coisas para mim. 
Hum.
Talvez menos do que deveria, visto a fama que tenho na família.... Mas... tudo bem, deixa quieto.
=P 


OBS.: O meu lado narcisita abriu o TwitPic e ainda o colocou aqui no blog. 
Já apaguei algumas fotos porque me disseram que estava demais. 
Tá vendo? Eu não sou perfeita e meu bom senso por vezes falha também.

Um comentário:

  1. Gente, esse povo tem problema com gente gorda, gente feia... E nem olha pro próprio umbigo.
    Dar uma zoadinha? ok.
    Faltar com respeito? Não rola, né!

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