quarta-feira, 30 de março de 2011

De falar

Post não relido por falta de tempo. 
Só foi escrito porque eu precisava tirar o que me pesa.

Daí que eu não vejo BBB. Eu leio BBB, eu acompanho BBB, mas ver é algo complicado, visto que é a única hora que tenho pra dormir. Então, sei o que acontece por alto e sim, torcia pela Maria - por ter sido tudo o que foi, por continuar sendo o que é, por ter feito o que fez e por não ter deixado de ser pra ganhar o prêmio.

Acredito que o que deu certo poderia ter dado errado também. Porque nem sempre se vê com bons olhos certos comportamentos e histórias - Quem quero enganar? Nunca se vê com bons olhos certos comportamentos e histórias. Ela foi uma exceção porque, ao que tudo indica, conseguiu passar verdade em sua sinceridade.

Mas, trazendo para minha esfera, lamentavelmente isso não acontece no meu mundo real. Aprendi isso a duras penas. 

Daí que a gente acredita que podemos ter ideias, sermos diferentes, falar o que queremos e... e não, não é assim que a banda toca. Vai sempre aparecer alguém pra te puxar o tapete, aparecer alguém para distorcer as suas palavras, sempre vai aparecer alguém que vai esquecer o que você fez de bom, o que você fez para ajudar (visto que ninguém mais teria feito, simplesmente porque dava muito trabalho e era bem melhor deixar que outro tomasse na cara e se fudesse todo) e transformar em algo do tipo "não é a sua alçada e muito ajuda quem não atrapalha".

Então tá, né.

Recado recebido. Recado copiado. Porque depois de, sei lá, 15 anos brincando de ser adulta aprendi como é que se faz, aprendi como é que a gente deve lidar com a realidade - coisa que tem gente que não vai aprender tão cedo... Mas que eu não falo mais, não me meto mais. Porque, né, não é da minha alçada. 

Então vai lá, faz o seu. Vai lá e vê se no final, com a sua sinceridade, com a sua simpatia e com a sua história, você consegue o grande prêmio.

Eu, na boa, já estou me contentando com o 2º lugar - menos pressão, menos disse me disse. E ainda posso fazer coisa pra caramba com o prêmio. Sem precisar, caso saia no penúltimo paredão, ficar com cara de "mas, oi, é comigo mesmo? Eu que sou tão legal e dou tanto de mim no jogo?"

Mas como já aprendi (quase 15 anos brincando de ser adulta, mas o Retorno de Saturno me deu muito mais clareza do que a maioria dos anos que vivi antes dele) não adianta a gente achar, não adianta a gente fazer tudo certo, não adianta pensar que é a pessoa boa e injustiçada da história. Não é assim que se ganha. Não é assim que as pessoas vão te dar valor. Não é querendo ser amiguinho, não é querendo se igualar. Não é assim. Porque você  vai achar que está abafando, vai achar que "nossa, encontrei meu lugar ao sol e está tudo certo agora". Não é. Porque por trás vão estar falando mal, por trás vão dizer "nossa, fulano ainda não sabe o que está fazendo", ou pior, vão dizer que fulano não sabe e não faz nada. 

Sabe como sei disso? Porque eu vivi isso. Vivi esse Faz-de-Conta que achar que estava no melhor lugar do mundo, que seria o meu lugar ao sol, que havia conseguido, que todos me amavam, que eu vivia o melhor tempo da minha vida. Se eu tinha porquê pensar de diferente? Não, eu não tinha. Porque todo mundo me adorava, todo mundo me elogiava, porque todo mundo me tratava muito bem, todo mundo queria me passar "ensinamentos", porque, nossa, eu era tão novinha e estava começando... E o que aconteceu? Quem rodou? Sim, eu - mesmo sendo tão boazinha, mesmo sendo tão prestativa, mesmo querendo tanto fazer o meu trabalho - fui "desligada" do serviço porque era a menos apta. Detalhe: quem ficou foi uma pessoa que estava com sérios problemas e que todo mundo sabia que não duraria 6 meses no cargo. Eu sabia, a torcida do flamengo sabia. Mas a minha inocência, a minha presteza, a minha dedicação foi tudo por água abaixo. Porque eu não me preocupei com uma coisa bem básica: considerar o que era dito por trás de mim, porque ninguém, é claro, teve culhão de chegar e me dizer "a sua batata está assando". Sabe por quê? Porque o mundo acredita que críticas negativas são para te colocar para baixo e para te deixar triste. Não entendem que servem, também, para te chacoalhar, pra te acordar. 

Então, meu caro, eu aprendi. Vou lá pro 1º grupo - vou dizer que você tá muito bem, obrigada e fazer cara de paisagem quando forem comentar, sei lá, sobre o seu comportamento com falarem algo do tipo "não senta na mesa". Porque eu não falo mais, não explico mais, não tenho mais culhão pra te dizer o que fazer ou não fazer. 

Mas Zuzu, você que está começando e ainda não me odeia por falar as coisas sem muitos floreios simplesmente porque teria sido muito bom que tivessem feito isso comigo quando eu fui a bola da vez: 

Então, quer sobreviver? Faça o seu, mas não ache que o jogo está ganho. Porque a gente nunca sabe. A gente nunca vai saber. Então, não se leve tão a sério. Não coloque todas as suas fichas num só número, não fale com quem já quis te puxar o tapete como se fosse o seu amigo de infância - e nem tente colocar de pé quem você ainda sente lá no fundo que, sei lá, pode te puxar o tapete - Aceite o seu 6º sentido e o faça valer. 

Eu posso estar aqui lançando pérolas aos porcos - não seria a 1ª, nem seria a última - mas, sinceramente, certas coisas e certas atitudes me assustam tanto que eu não poderia deixar, simplesmente, passar. Porque as pessoas se dizem tão certas, se dizem tão convictas... 

Mas há 2 tipos clássicos de pessoas: as que aprendem quebrando a cara e as que aprendem escutando conselhos. Estou tentando pular para o 2º grupo (Retorno de Saturno, te agradeço por isso), depois de ter me fudido algumas vezes quebrando a cara. Mas tem gente que nunca muda de time. 

2 comentários:

  1. É o que sempre digo: Se sairmos por ai fazendo uma enquete, que questionasse que tipo de pessoa te faria feliz em um relacionamento, 99,9% das pessoas encheria a boca e sentenciaria: "Quero uma pessoa sincera". As favas! Ninguém quer uma pessoa realmente sincera. Os sinceros são segregados e marginalizados como mal educados, rudes, etc. O que as pessoas querem é um bom político que lhes afaguem o ego. Ponto. Aprendi tarde a diferença entre político e sincero. Aprendi tarde a observação, mas estou contigo, hoje passo a categoria dos que ouve conselho. Principalmente se for me tornar mais... política.

    ResponderExcluir
  2. E eu pensando nisso hoje, me deparo com o seu blog, logo depois de ter escrito sobre o mesmo assunto, mas de um jeito diferente. Não adianta, tem coisas que a gente nasce com e morre com. Não vou mudar minha personalidade para agradar ninguém a não ser eu mesma, mas vou me abster de comentários...

    ResponderExcluir