quarta-feira, 28 de julho de 2010

Gêneros que não sou.

Eu não sei. Mas acho que não sofro de carência não. Afinal de contas, não preciso estar sempre rodeada de pessoas, não fico proclamando aos 4 ventos que sem meus amigos morreria e coisas do gênero. Sei ser agradável, quando quero. Sei me comportar em público, quando quero. Ligo para algumas pessoas, quando quero. Mas só. Essa coisa de ficar dizendo "ei, você não me dá atenção" ou "puxa, quanto tempo que você não me liga", não faz o meu gênero. Quer ligar? Que bom, lembrou de mim! Não ligou? Tudo bem, eu me esqueço desse tipo de coisa também.

Meus amigos são extremamente selecionados e não vou sair "pra night" só pra ter fotos pra colocar no Orkut e mostrar ao mundo que tenho uma pseudo vida social. Não mesmo, lamento.


Outra coisa que não sou e não faço menor questão de ser é uma daquelas pessoas absurdamente positivas e felizes, daquelas que parecem terminar cada palavra que professam com um ponto de exclamação (e, com certeza, estas pessoas escrevem com milhões de pontos de exclamação também....).. Nunca, jamais, em tempo algum, espere me ver dizendo algo do gênero "não diga isso que atrai negatividade" ou "pensamento positivo move montanhas". É mais fácil você me ver querendo esmurrar um infeliz desses se aparecer na minha frente. Ou sutilmente rindo com cara de escárnio. Ok. Esqueça a parte do sutilmente.

O caso é que me irritam ao extremo pessoinhas que acreditam em fadas e ficam buscando os Duendes e seus potes de ouro. Que pregam que meditar faz maravilhas e que sempre estão rindo e falando com você com uma meiguice irritante e te tratando de "amor" e "querida"... Ou, o que mais me dói, quando dizem "flor". Flor é o caralho! Aceito o "amiga" (que o uso com uma ironia sem fim e ninguém percebe) e acho absurdamente baixada fluminense escutar "nem", mas eu abstraio... Mas se alguém se aproxima de mim com um amor/queria/flor, já olho o ser de rabo de olho, porque sei que boa coisa não vem.


Por mais estranho que possa parecer aos curtos de pensamento, mesmo que eu tenha sido pela maior parte da minha vida o que a sociedade classifica como "GORDA", nunca tive baixa auto-estima. Pelo contrário. Sempre esteve lá em cima. Porém, diferentemente de certas mulherzinhas sem noção, eu não fico por aí dizendo "ai, como sou gostosa" ou "ai, os homens vivem aos meus pés". Porque, sinceramente, vejo um problema técnico exatamente aí: Se diz tanto é porque está tentando convencer - ao mundo e a si mesmo - que é tudo que proclama (sei lá, deve ter lido naquele livro "O Segredo" ou algum outro livreco de auto-ajuda....) e nada me indica maior índice de baixa auto-estima do que isso.

E tem outra coisa: sempre acreditei que quem se pega em características físicas para tentar humilhar a outrem, é uma pessoa assustadoramente tacanha de pensamento. Porque chamar a outro de "baleia" é uma ofensa maior ao xingador que ao xingado - porque é tão óbvio, mas tão óbvio que mostra que o que xinga é um desconhecedor da ironia e do sarcasmo e isso, por si só, é digno de pena. Nem posso dizer que tal ser é burro, porque aí seria eu quem estaria caindo nos xingamentos óbvios. A estes, então, sempre ficou o meu silêncio. E saber que os que se sentiam superiores lá nos tempos de escola, hoje tem um trampo bem pior do que o meu e que nem fizeram faculdade, isso sim é algo que não tem preço (e mostra que eram tacanhos de pensamento em outras esferas também... hohoho)

Acredito que sou alguém bem realista com relação aos meus pontos fracos e pontos fortes. Também sei que qualquer pessoa que fuja dos padrões tem que ter muita personalidade para se manter no mundo atual. Então, por favor, não me venha com um papinho do tipo que a gordura é uma capa proterora que parece um abraço aconchegante. Não, não. Ser gordo é uma realidade. E se você quiser, vai lá e encara o problema de frente. Se não quer, se acha que não tem um problema, também segue em frente. Quem tem problema é quem fica achando que você é só essa capa em forma de abraço aconchegante e fica atacando isso. Amiga, vai por mim. O escroto que fizer isso com você não merece um mindinho de atenção. 

Também não sou alguém que me diminuo e me limito para agradar os outros. Não mesmo. Acho que não vale a pena me violentar pelos demais. Já o fiz demais, não mais obrigada. Eu já tive gastrite, vitiligo, obesidade... Todas são enfermidades mais relacionadas com o emocional do que com o físico - e, mais uma vez, não tem porra nenhuma de relação com a auto-estima . Meus problemas se relacionam ao fato de que  sempre foi muita-coisa-ao-mesmo-tempo-na-mesma-hora na minha vida. E demorou um cadinho para que eu chutasse o pau da barraca e ligasse o foda-se. Hoje o faço relativamente bem. Mas ainda perco o sono algumas vezes. Mas deixar de ser quem sou ou me sujeitar a leis que não me agradam, não mais, obrigada.

6 comentários:

  1. Doenças emocionais por conta dos outros ninguém merece. Ainda bem que você aprendeu a ligar o foda-se! Eu aprendi, o botão emperra às vezes mas beleza.

    Beijosss

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  2. Ihh... não consegui ir a frente... Travei geral!
    parei no FLOR, pq eu USO o 'flor', prefiro
    ele ao AMIIIIGA - que pra mim, soa o fim da falsidade. Pra vc ver como essas coisas tem variações de pessoa pra pessoa.

    eu ja me peguei detestando determinada banda de rock, determinada coisa que era intimimamente ligada a uma criatura que (pra mim) é o cúmulo da existência... mas só pelo fato de ligar isso a aquilo, me faz detestar; como vc detesta o 'flor'.

    Mas não me deteste ok?
    Se não, como vou te reconquistar?

    Ah, e eu sei que foi UVA pq foi a unica coisa diferente e a ultima que comi no dia, depois acordei, no meio da noite parecendo um balao, preste a estourar...

    Mas tb é a primeira coisa que noto que realmente me fez mal, de resto, DESCE TUDO A VALER!!!

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  3. Nem, coincidência ou não, eu já ia vir aqui e amei o post pelavrudo!

    Nem, eu não tenho faculdade, #comofas?

    Nem, amiga, flor, adoro te ler! Uéé? Cadê meu doente? Iiiiih, já o pote de ooouro...

    Bj.

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  4. Muito bom o seu texto. E acho que você me lê há tempo suficiente pra saber que ligar o foda-se eu já fiz faz tempo. Não me preocupo o máximo possível com o que as pessoas vão achar (porque sempre tem aquele infeliz que comenta e mexe na ferida da gente sem que a gente queira). Mas eu faço o máximo. Já falei também que acho terrivelmente terrivel esse pessoal que sai pagando de florzinha cor de rosa. Que seja longe de mim, por favor. E não aceito o 'amiga' não. Justamente por parecer, pra mim, ironia - porque eu faria exatamente o mesmo. Amiga minha que é amiga de verdade me chama pelo meu nome. E se me conhecer pouco e vier chamando de amiga eu olho de rabo de olho. Quem és tu, ó ser inferior, pra me chamar de amiga? E sobre padrões estéticos, também sou fora e concordo plenamente que eu fui lá, fiz faculdade, subi na vida e procuro cada vez mais o melhor. E juro pra você que eu só tenho orkut pra olhar para as pessoas do passado e comparar que, quanto mais eu trabalho e estudo pra crescer... mais o pessoal tem filho. Impressionante.

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  5. Bi!
    Eu te amo e deixo você me chamar de FLOR... hahaha... mas só vc, viu?

    E, clarooooo... Tudo varia de pessoa pra pessoa... Mas as pessoas que passaram pela minha vida me chamando com esses adjetivos, não foram boas experiências.... Só as que usavam o "amiga" com ironia... Essas foram/ são tudo... rsrs...

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  6. Engraçadinha, amigammmm... Você não tem Faculdade mas faz parte do grupo que cresceu e melhorou muito com o tempo...

    Tem uma família linda, é super competente e te deixo até perseguir Duendes e Fadas que não vou deixar de te amar e, o mais importante, de te respeitar...

    =)

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