quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mini-Fazenda

Se lembra daquele lugar de nome estranho, onde todo mundo queria entrar mas onde só se entrava com convite?

Todo mundo adorava acompanhar a vida alheia, fazer intrigas e fingir que era popular. E nem me venha dizer que você não era assim, Cara Pálida, porque eu te conheço de outros carnavais!

Então, aquele era o Fabuloso Mundo Encantado do Orkut. 

E daí começaram aqueles joguinhos, lembra? O primeiro foi não sei o quê Fazenda. Não era a Mini não, era outra.

Daí que eu tinha, né. 
Todo mundo tinha  e eu tinha também.
Tive a Fazenda e depois o Café.

Ai, que inveja da época que eu tinha tempo pra isso...

Mas vamos deixar bem claro que eu sou uma pessoa estranha e que, sim, eu sei disso. E gosto dessa minha característica, reconheço. Ser o que os outros esperam e acham que conhecem nunca fez parte do meu repertório (mesmo que tenha gente que acha que me conhece muitoooo bem... Desculpe-me, meu caro, mas vou muito além da sua mediocridade e não é porque você fica lendo parte da minha história vai saber de todo o meu enredo...)

O caso é que... Eu cansei.  Simplesmente um dia eu cansei e larguei mão daquilo tudo. Consorte não entendeu nada, mas ele já aprendeu que certas coisas não se entendem, simplesmente se aceitam.

Mas sabe, aquela porra é viciante. Achava que era coisa de criança e que ninguém mais jogava aquele trem... Até que a minha sogra pediu que eu a explicasse. Cara, a única coisa que eu sabia daquilo era colher as frutinhas e plantar as plantinhas e pra mim estava muito bom, obrigada! 

Foi isso que eu expliquei. E ela começou a jogar com isso em mente... E por volta de um mês depois de abrir a sua fazendinha, veio depois me contar que se precisava de vizinhos, e que tem que fazer não sei o quê, ajudar não sei onde... E eu tava lá, com a minha fazenda morrendo, um cachorro que acho que morreu de fome e umas alfaces murchas... E ela viciada, viciadíssima, sem saber o que fazer para ter mais coisas na fazenda... 

E eu, como boa nora, dei a minha fazenda para ela. E agora, quando entro no meu orkut, descubro que tenho um latifúndio! Sério. Porque além dela, minha cunhada joga também. E agora eu tenho até um cavalo. Fala sério! Quem é que colhe alfaces em cima de um cavalo? Eu, ao que tudo indica. Ah, sim. E tenho vááááários amigos que... não tenho a menor ideia de quem são ou de onde saíram! Eu liberei, claro, que ela poderia ter mais amigos pra ter vizinhos e pra conseguir mais coisas (não me perguntem a relação, por favor).

Pois um dia desses ela veio me dar uma aula - isso, uma A.U.L.A - de como se faz e para que serve cada coisa na fazenda. Eu tenho até máquinas que fazem tortas ou algo assim.

E eu com essa cara O.o, fingindo que entendo tudo, quando, na verdade, eu só quero é dormir mesmo.

E fiquei analisando a minha vida e me dei conta disso: gosto muito de alguma coisa, gosto mesmo. E daí fico com aquela coisa na mira direto. Como quando a gente gosta de uma música, sabe?  A gente escuta, escuta e escuta até que ... enjoa. 

Então.
Tudo na minha vida é mais ou menos assim. Vou ao ápice e, de repente, enjoo. Deixo de lado, deleto, canso. 

Sei lá, acho que me falta... paixão. Aquela coisa que as pessoas dizem que move a vida delas. Eu não sei muito bem o que é que move a minha vida. Eu, simplesmente, vou. 

Não tenho paixões. Ao que tudo indica o que costumo ter são obsessões. E, de repente, eu me curo delas. Ou me canso delas. Resumindo, Eu... sigo. Entendeu? 

Por vezes revisito.
Releio.
Vejo mais uma vez.
Só para me perguntar: "caramba, como posso ter me dedicado tanto a I.S.S.O? 

Não sei se sou perfeccionista.
Não sei se sou incansável.
Não sei se quero sempre mais que antes.

Só sei que ainda há algo que não se encaixa aqui, ainda há algo que me diz que falta, ainda falta, ainda não está completo, ainda tenho que fazer algo que não fiz, ver algo que não vi. E esse sentimento, que tem gente que deve achar que é a mola propulsora de tudo, é que me atormenta. Porque eu nunca estou a contento. 

E essa falta de contentamento faz com que nada me seja suficiente, que nada me faça pensar "agora tô OK". 

A sensação que tenho é que a minha vida sempre vai começar depois da próxima curva, depois da próxima revelação, quem sabe, no próximo ano.

E eu sempre quero o que vem depois, o próximo, o que ainda não alcanço, o que, talvez, nunca possa ter.

E, sei lá, acho que tudo me seria muito mais fácil se me contentasse com jogar a Mini-Fazenda no final das minhas noites e vivesse na mediocridade que tem gente que chama de felicidade.
















Daí que eu cansei do Orkut.
E agora tô no FB.
Como todo mundo, né, porque aquilo lá abrasileirou... 
Tenho mais de 600 amigos no FB.
Como uma pessoa tão antissocial pode ter tantos amigos, hein?

5 comentários:

  1. Anônimo, não sei de onde você tirou que poderia enjoar do Consorte... Te dou alguns motivos para não me enjoar dele jamais:

    1) Foge totalmente de mediocridade
    2) Nem sabe o que é mini-fazenda (a mãe dele se apoderou da dele também)
    3) Ele está num patamar muito superior de simples paixonite
    4) Sempre me mostra que é muito mais do que espero e sempre me surpreende (de maneira absurdamente positiva) com atitudes e palavras
    5) Faz uma pipoca MARAVILHOSA....

    E você, caro Anônimo, tem alguém que preencha todos os requisitos e te faça perceber que há um seleto grupo que foge da mediocridade suburbana?

    ;-)

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  2. Concordo... Não dá pra viver na mesmice!!!

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